sábado, 1 de dezembro de 2012

Uma visita muito esperada


2 de dezembro – 1º DOMINGO DO ADVENTO

Iniciamos um tempo especial no calendário litúrgico: o Advento. A palavra advento quer dizer chegada, vinda. Na experiência de fé, existencialmente, esse período se caracteriza pela espera vigilante. Uma visita muito esperada está para chegar. Trata-se de visita desejada, querida. Portanto, é tempo de alegria. As promessas de Deus estão para se realizar. Para o cristão, a visita é Jesus. Ele é a realização plena das promessas.

A comunidade cristã vive sobre o signo da esperança. O Advento é justamente marcado pela esperança que supera todo o medo. Seu núcleo fundamental é a certeza de que, mesmo num mundo marcado pela violência e por fatos negativos, há um horizonte seguro e feliz para o povo de Deus. Portanto, é um tempo para entusiasmar. É a hora que nos torna repletos de Deus. É o momento de ser férteis, geradores de alegria, harmonia, paz. É tempo de unir.

Como toda esperança, o Advento direciona nosso olhar para o futuro. Não um futuro distante. “Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra” (Jr 33,15). Essa promessa proferida pela boca do profeta Jeremias vale para o “Novo Israel”, que é a Igreja.

Deus mesmo toma a iniciativa de vir ao encontro de seu povo. A justiça é uma iniciativa dele. Porém não exime o compromisso humano. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis” (Lc 21,34). Daí a necessidade de preparação. O Advento é o momento de organizar a casa da vida. Não permitir que nossos corações fiquem insensíveis hoje diz respeito à vigilância necessária para que o “deus” mercado não tome o lugar do Deus verdadeiro, sobretudo neste período de forte apelo comercial. O deus mercado é ídolo de morte. Ele esvazia a existência.

Esperemos o Senhor numa vigilância alegre. Esperemos superando nossa visão, por vezes, míope. A palavra do Senhor nos faça perceber as novas luzes que brilham no hoje da história e nos ilumine em meio à barulheira de um mundo agitado e turbulento. Esperemos no amor: “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais” (1Ts 3,12).

Somos quais terra fértil, porém seca. Necessitamos da chuva do céu. Deus confirme em nosso coração a mesma alegria do vigia que aguarda a aurora do novo dia.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

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