segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mensagem de Dom Valdeci sobre as Eleições Municipais 2012



MITRA DIOCESANA DE BREJO
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                                                                    “O bom pastor dá sua vida por suas ovelhas”. (Jo 10, 11)


Mensagem sobre as Eleições Municipais 2012

                                                                                                         

Caríssimos padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas,


Dada a importância da política como bem comum e das eleições como parte do processo democrático, quero expressar algumas idéias sobre este acontecimento tão importante para a sociedade democrática.
Estamos nos aproximando das eleições municipais onde somos chamado(as)s de maneira específica a exercer nossa cidadania através do voto, escolhendo de forma consciente nossos representantes. Diz o papa Bento XVI: “em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito que também é dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum” (mensagem do papa aos bispos do Maranhão Regional Nordeste V por ocasião da visita ao Vaticano dia 28/10/2010).
O exercício da cidadania nos leva a refletir e pedir que o Espírito de Deus nos ajude a ter critérios para escolha dos nossos candidatos, como diz a mensagem da CNBB sobre as eleições municipais de 2012. “Os candidatos devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendado pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitos em contínuo diálogo entre poder local e suas comunidades”.
A mensagem da CNBB nos alerta também para as leis de iniciativa popular. “Ajuda-nos nesta tarefa instrumentos como a lei 9.840/1999, fruto da iniciativa popular que se organizou para combater a corrupção eleitoral e a compra de votos e a lei 135/2010, conhecida como lei da ‘Ficha Limpa’, cuja constitucionalidade foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Aos eleitores cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos candidatos e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em vários lugares, explicitando a necessidade de a ‘Ficha Limpa’ ser aplicada também aos cargos comissionados para uma maior consolidação da democracia. Desta forma, dá-se importante passo para pôr fim a corrupção que envergonha o nosso país”.
Sendo a política uma forma democrática que nos oferece esperança para construir uma sociedade justa, é normal que desperte em nós a vontade de participar ativamente do processo eletivo. Aos padres, religiosos e religiosas cabe observar o cânon 285 e dialogar com o bispo, mas, ao mesmo tempo compete aos mesmos orientar os nossos leigos e leigas, daí a importância de proporcionar estudo sobre Fé e Política, debate dos candidatos tanto do executivo quanto do legislativo, trazendo temas como: saúde, educação, segurança, trabalho, habitação, saneamento básico, ecologia, leis ambientais do município e outros.
Às nossas lideranças leigas que exercem um cargo diante das pastorais, comunidades, grupos e movimentos, cabe se perguntarem: Por que ser candidato? É simplesmente por vontade minha? A minha decisão passou por uma discussão de base? O que me motivou a ser candidato? Quero defender apenas meus interesses e da minha igreja? Tenho consciência de que meu compromisso é com toda população do município? A minha prática e testemunho como liderança deve ter um peso ético, coerente, pautado na prática da justiça e entranhado pelo Espírito que conduziu Jesus de Nazaré (Lc 4, 14-21).
Sendo a política um bem comum acredito que nossas lideranças deverão estar abertas para discutir as questões municipais com todos os segmentos da sociedade. Sendo assim, assumir uma candidatura seja no executivo ou legislativo exige empenho e disponibilidade. Consciente desta responsabilidade aconselho nossas lideranças que concorrem a um cargo eletivo em 2012 a licenciar-se da função que lhe foi confiada pela comunidade eclesial, para assim, poderem dedicar-se com maior empenho na sua campanha eleitoral com mais liberdade e abertura para toda realidade municipal.
A todos aqueles e aquelas que se colocam nesta disponibilidade para concorrer nas eleições municipais de 2012 quero desejar que de fato assuma a sua missão de cristão e cristã no empenho por uma sociedade justa e fraterna em defesa da vida, “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10, 10).

Com as bênçãos de Deus!

                                                                                                                     Brejo, 03 de julho de 2012



                               Dom José Valdeci Santos Mendes
                                   Bispo da Diocese de Brejo

terça-feira, 10 de julho de 2012

Morre Cardeal Eugênio Sales


A Arquidiocese do Rio de Janeiro informou no fim da noite desta segunda-feira, 9 de julho, a morte do arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Cardeal Eugênio de Araújo Sales, aos 91 anos, vítima de um infarto enquanto dormia em sua casa no bairro do Sumaré, na capital carioca. “Foi um homem que seguiu Jesus Cristo, que soube estar presente nos momentos do Brasil”, avaliou dom Orani João Tempesta, em entrevista aoJornal da Globo,  na madrugada desta terça-feira.

Atualmente, dom Eugênio era o mais antigo cardeal da Igreja Católica. Teve uma presença importante na questão dos refugiados, e foi uma referência para o Vaticano em relação à Igreja no Brasil. “Lembramos de sua atuação na Favela do Vidigal, ajudando os mais necessitados. Foi alguém que nunca deixou a fidelidade ao seu amor à Igreja e ao Santo Padre”, recordou dom Orani.

O velório ocorrerá durante esta terça-feira na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro do Rio. Já o enterro ainda não tem data marcada, mas está previsto para quarta-feira, quando o irmão de dom Eugênio, dom Heitor Sales, que foi arcebispo de Natal (RN) voltar de uma viagem à Europa.

Biografia

Dom Eugênio Salles nasceu em Acari (RN) no dia 8 de novembro de 1920, e fez seus primeiros estudos em Natal onde ingressou, em 1931, no Seminário Menor. Os cursos de Filosofia e Teologia foram realizados Seminário da Prainha, em Fortaleza. A ordenação presbiteral ocorreu em dia 21 de novembro de 1943.

Com apenas 33 anos, em 1954, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo papa Pio XII. Em 1962 foi designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função que exerceu até a chegada de dom Nivaldo Monte, em 1965. Em seguida, tornou-se administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador e, quatro anos depois, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, pelo papa Paulo VI.

No período em que esteve em Salvador, dom Eugênio foi o criador das Comunidades Eclesiais de Base, da Campanha da Fraternidade e do Movimento de Educação de Base. Foi também um dos primeiros a implantar o Diaconato Permanente na Igreja no Brasil. No tempo da Ditadura Militar, realizou, em segredo, diversas ações em prol do abrigo a perseguidos políticos.

Em 1969, dom Eugênio foi criado cardeal presbítero pelo papa Paulo VI, e chegou a ocupar cargos em onze congregações no Vaticano. Em 13 de março de 1971, foi nomeado para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, função que exerceu até 2001, quando sua renúncia foi aceita. Ele já estava com 80 anos de idade.

Sua atuação teve como inspiração o seu lema episcopal, fundamentado na Carta de São Paulo aos Coríntios: "Impendam et Superimpendar" (2 Cor 12,15): “De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja menos amado por vós”.



Fonte: CNBB